quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

HORTA PROJECT e VÉIA TONHA, empatados, levam o mês de janeiro do Caça Bandas

Final do Caça Bandas é especial.

Para quem produz e organiza é uma sensação única, mas ontem foi demais. Como esse é um festival que aposta na criação, é impressionante como sempre é leve e feliz, mesmo sendo uma “competição”. Passando para o lado de expectador, é um privilégio conhecer na fonte o que vem por aí, em termos de composição, poesia, estética, performance e técnica. Como bem disse, o compositor/violonista e cantor do Trio Camará, ao ser questionado, sobre o porque de participar de um Festival como Caça Bandas, ele respondeu “ viemos fazer amor” Clemente|Trio Camará.

É preciso dizer mais alguma coisa? Diante de um casa lotada com uma rapaziada descoladíssima, esse rapaz, com toda tranquilidade, resumiu em cheio, a essência de nossas eliminatórias, finais e desejos; iniciando a final do nosso nono mês de festival, com uma proposta artística que até então desconhecia, super interessante e instigante, com uma dupla baixo e bateria de muito futuro, recortados pelo excelente gaitista Caetano, que abrilhantam as composições e interpretações personalizadíssimas da dupla Clemente e do autor de Janaína, saindo aplaudidos.

Na sequência, subiram os três integrantes do Horta Project, para em minutos, nos presentearem com uma performance avassaladora tecnicamente, cheia de riffs, pressões, grooves e timbres. Um bom gosto da porra, encerrado com chave de ouro, com aquela surpreendente performance ao vivo , unindo música, dança e todos os corações presentes para aplaudir e celebrar o aniversário do baixista Lucas Kuestas e, paralelamente, nos proporcionar um dos melhores momentos já vividos na edição deste festival. Resultado: deixaram o palco ovacionados.

Naquele momento me perguntei: aonde está a imprensa desta cidade que não está acompanhando isso?
Enquanto a imprensa ignora a ebulição artística que estamos vivendo semanalmente no Caça Bandas, um outro ponto, na minha opinião de ex-músico de bandas, me chamou a atenção, que foi: a presença de diversos músicos de outras bandas, prestigiando de forma interessada e verdadeira, o trabalho de todos que se apresentavam ali. Passaram por lá, integrantes do Red Old Snake, Cerveja Espacial, Rota 66, o ex-guitarrista do Macunas, o Eduardo Lléres, o cantor dos Corruptos e por aí vai.
Quando aparentemente todos já estavam satisfeitos, eis que sobe ao palco, nossa última candidata da noite: Véia Tonha e os 22 NoDoubt.

O nome é grande e a formação também, porém, maior ainda, é a alegria e a felicidade que transmitem e contagiam. É um ritual. Aquilo sim é conectividade e interatividade. Sabem por que? Porque praticam com simplicidade e muita propriedade, a liberdade. É verdade bruta e pura, e só aqui entre nós, puxados por um batera que transcende , como nos bons tempos daquele batera do Santana no Woodstock. Já que toquei neste assunto, mas como será para selecionar 5 bateristas concorrentes ao Troféu Viva o Novo | Caça Bandas Awards, se apenas ontem, tivemos 3 excelentes candidatos.

E o PH do Cerveja Espacial? E o batera do Red Old Snake?

Ao lado do jurado e amigo Marcos Pinheiro, indaguei: e agora?

De minha parte, queria todos no cd; porém, nossa verba arrecadada só dá para 1, mas o público quis 2; e pela primeira vez em nosso festival dedicado ao novo, surgiu mais uma novidade: empate na votação do público entre Horta Project e Véia Tonha. É mole?

Quem desempataria? Combinamos, eu e Marcos, que em uma final mágica como esta, o vencedor surgiria da emoção do coração, não apenas dos nossos, mas de todos os presentes.
Resultado: neste exato momento, Horta Project está no Orbis Studio gravando sua faixa e Véia Tonha, ainda em fevereiro, gravará a sua, em virtude do terceiro empate do nosso festival, dedicado ao amor.


Musicalmente
Gustavo Vasconcellos

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